CULTURA DO PÂNICO EM OLINDA Acidente fatal com cavalo solto expõe o medo coletivo e a omissão diante de um problema que se repete nas ruas da cidade.

Cultura do Pânico em Olinda

O acidente trágico em Ouro Preto, em Olinda, onde um motociclista perdeu a vida ao colidir com um cavalo solto na pista, não pode ser tratado como um caso isolado. Esse episódio expõe uma realidade que a cidade já conhece há muito tempo: a presença constante de cavalos espalhados por ruas e avenidas.

Sinceramente eu me pergunto de onde surgem tantos cavalos. Que força oculta é essa que culturalmente está nas entrelinhas da vivência da população? O que se diz é que esses cavalos pertencem a fulano ou a sicrano. E assim se constrói uma cultura do pânico, onde parece naturalizado ver cavalos em todos os pontos da cidade. Não há lugar em Olinda onde não se encontre cavalos soltos.

A própria população tem medo de denunciar, porque sempre aparece alguém dizendo: “esse cavalo é de fulano de tal”. São pessoas sem rosto, sem nome público, mas que exercem um poder invisível. Gente que nem sabemos quem é, mas que gera um pânico muito maior do que os animais em si. O resultado é uma narrativa que cala, intimida e faz com que muitos aceitem como normal o absurdo que acontece diariamente.

Essa cultura do pânico dá certo porque a população, que já pouco reivindica seus direitos, diante dos cavalos se omite ainda mais. Quem ousa se contrapor enfrenta reações agressivas, às vezes até violência. Não é nada contra os animais, mas contra o número absurdo de cavalos espalhados pela cidade — fazendo fezes e urina em qualquer lugar, atravessando ruas, causando acidentes graves.

E tem ainda um dado que escuto nas falas populares: dizem que a prefeitura até recolhe cavalos, mas que de madrugada chegam os “donos” e pedem a chave. O segurança, um assalariado sem poder de reação, acaba cedendo. No outro dia, os cavalos estão soltos de novo. Não tenho como provar isso, é apenas a narrativa que circula nas ruas e que alimenta esse clima de medo.

O fato é que a cada dia eles continuam diante das nossas casas, nas nossas ruas e até dentro dos nossos medos.

✍️ Fernando Kabral
📅 2 de setembro de 2025 - 13:40

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