O debate passou e a gente ficou.
O DEBATE PASSOU E A GENTE FICOU
Recebi o link do debate no Recife logo cedo. Daí vi o tempo: duas horas de vídeo no YouTube.
Sabe o que eu pensei?
“Pra quê assistir se eu nem pude estar lá?”
A verdade é que eu tô liso.
E tô cansado.
Cansado de ver o partido que já foi dos trabalhadores virar espaço de quem pode.
Quem não tem dinheiro pra passagem, pra lanche, pra nada... fica em casa.
E quando vê, já foi. Já aconteceu.
Só sobra o link, a selfie sorridente, o discurso pronto.
E a gente aqui, tentando engolir.
Sei que o evento foi divulgado.
Mas divulgar não é o mesmo que incluir.
Quem tá na luta, mas tá liso, precisa mais que um card.
Precisa de uma lembrança, de uma carona, de uma conversa.
Não é vergonha estar sem dinheiro.
Vergonha é fingir que tá tudo certo enquanto tanta gente fica de fora.
Bons tempos em que a gente ia de bicicleta, de carroça, a pé... mas ia.
Ninguém ficava pra trás.
Hoje, quem tá na periferia, nos extremos da cidade, nesses lugares de invisibilidade, muitas vezes nem consegue ir.
A gente se sente esquecido.
E o pior?
A maioria sente o mesmo, mas não fala nada.
Fica cochichando nos grupos, com medo da repercussão.
Eu não. Eu falo.
Porque dói.
Porque me lembro do tempo em que o PT era chão de fábrica, rua, suor e coragem.
Hoje, parece que virou clube. Clube do bolinha.
Não é sobre assistir ou não um debate.
É sobre se sentir incluído.
E a verdade é que tem muita gente sendo deixada pra trás.
Gente que ainda acredita, mas tá cansada.
Eu sou um deles.
Fernando Kabral
04 de junho de 2025, 23:37
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