VOCÊ TEM FOME DE QUÊ? "A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida. A gente quer saída para qualquer parte. "E a culpa é de quem? É o café!


VOCÊ TEM FOME DE QUÊ?

"A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida. A gente quer saída para qualquer parte."

E a culpa é de quem? É o café!

Culpar o café como título de uma matéria de cunho opinativo é, na verdade, esconder a verdade que muitos de nós não temos coragem de enfrentar. Vários fatores contribuíram para o aumento do preço do café nas últimas semanas. Vamos à saga de hoje: lá estava eu, visivelmente sonolento, com o corpo cansado do dia anterior e R$ 14,50 na carteira eletrônica. _*Esse valor, na verdade, era o troco dos R$ 20, gentilmente me entregue pelo Maestro, e assim cheguei em casa em segurança.*_ A viagem custou R$ 12, sobrando R$ 8, e com o que tinha na carteira, fiquei com R$ 14,50.

Agora a pouco, cheguei no caixa do supermercado e tentei comprar um pacote de café de 250g por R$ 14,99. Ali, no caixa, começou o desespero ao perceber que precisava arrumar R$ 0,49 para completar o valor que eu tinha conta. Surge então a saga: "Ei, você aí, me dá R$ 1 aí, me dá R$ 1 aí!", do Caixa mesmo: liguei para um, liguei para outro, liguei para um, liguei para outro — uma verdadeira peregrinação.

Após uma noite de prazerosa trabalho, às 3:00 da manhã, me vi em um posto de gasolina, tentando chamar uma moto de aplicativo que nunca chegava. Cancela aqui, cancela ali, até que finalmente cheguei em casa por volta das 4:00. Agora, vou tomar café, mas a saga continua... a saga da saga! Como diz o ditado popular: "Todo castigo para pobre é pouco." Um relato repleto de sátira e piadas, que nos faz rir da nossa própria desgraça.

Oxe! O preço do café subiu porque deu zebra na lavoura! A seca e a geada arrasaram as plantações, e com a oferta reduzida, os preços só aumentam. Os insumos para o cultivo — adubo, gasolina, energia — estão mais caros que carne de primeira. E, para piorar, os gringos estão comprando nosso café a preços exorbitantes, deixando pouco e caro pra nós.

Enquanto turistas admiram o brilho do Carnaval e os fogos de artifício, muitos, por trás do espetáculo, se desdobram em esforços incansáveis, mas sem a visibilidade que merecem. A luta pelo cafezinho se transforma em uma operação de guerra! Estamos contando moedinha e correndo atrás de um real como se fosse um prêmio de loteria. A frustração é tão grande que, em vez de receber o pagamento justo pelo nosso trabalho, começamos a pedir R$ 1 de um, R$ 1 de outro. "Ei, você aí, me dá R$ 1 aí!" – uma frase que, embora possa soar engraçada, é um grito de sobrevivência.

Com o Carnaval se aproximando e a folia tomando conta das ruas, o trabalhador segue em sua jornada, pedindo R$ 1 aqui e ali, enquanto aguarda o mínimo para continuar seu trabalho. A desigualdade é evidente: quem tem, festeja; quem não tem, faz da miséria sua rotina diária. Para muitos, esse R$ 1 é apenas um detalhe; para o trabalhador, é a sobrevivência.

As ladeiras de Olinda, o suor, tudo isso faz parte do Carnaval. É o calor, o legado da cultura pernambucana, que nos orgulha. Porém, após um período brilhantemente trabalhado, a tortura se intensifica ao tentar chamar uma moto de aplicativo que nunca chega, depois dei inúmeras cancelamentos. A batalha começa ao amanhecer do dia seguinte.

Essa é a luta do trabalhador: não é apenas pelo café, mas pelo reconhecimento de sua jornada e pela valorização financeira de seus esforços. E, enquanto o Carnaval segue e a festa não para, o trabalho é a verdadeira maratona. O show tem que continuar, e, enquanto uns celebram, outros seguem na correria, invisíveis, mas essenciais.

Fernando Kabral
Social Mídia
01 de março de 2025

#fernandokabral

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