EM NOME DA BASE: UM GRITO DE ALERTA AOS PRÉ-CANDIDATOS DO PARTIDO DOS TRABALHADORES



A militância consciente da periferia cobra respeito, reconhecimento e compromisso com a luta de quem nunca abandonou as ruas nem as redes.

Há anos, comunicadores de esquerda estão na linha de frente do enfrentamento à extrema direita nas redes sociais. Com o apoio da militância, batemos de frente com Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer, Carluxo e tantos outros rostos do retrocesso. Enfrentamos fake news, violência política, ameaças — e não recuamos. Estamos aqui porque acreditamos.

Porém, com mandatos, essa luta ganha força, corpo e voz institucional. É por isso que defendemos a candidatura de nomes que realmente representem a base. Não aqueles que aparecem em tempos de eleição, mas os que vivem no cotidiano da luta, os que sustentam essa estrutura de resistência com a própria carne.

A eleição interna do Partido dos Trabalhadores, marcada para 2025, precisa ser mais do que uma disputa burocrática. Ela precisa ser um reencontro com a nossa história. E é por isso que, em nome da base — aquela que resiste nas periferias, nas favelas, nos becos esquecidos pelas políticas públicas — fazemos três perguntas simples, mas urgentes:

1. Vocês reconhecem o papel da militância na construção da história do PT?

2. Vocês estão dispostos a dialogar com a base antes de selar acordos nos bastidores?

3. Vocês pretendem incluir, de forma concreta, os trabalhadores da cultura, da comunicação e da base nas decisões políticas do partido?

4. Vocês sabem que há quem continue trabalhando para o partido mesmo sem trabalho, mesmo sem salário, mesmo com fome?

Não estamos pedindo cargos. Estamos cobrando respeito. Reconhecimento. E compromisso político.

Aqueles que se apresentam como pré-candidatos à presidência do PT em Olinda ou em qualquer canto do Brasil precisam saber que não é possível dirigir o partido ignorando quem o constrói todos os dias com sua força de trabalho, com seus corpos, com suas palavras.

Chega de reuniões secretas, de acordos feitos entre quatro paredes. Se querem representar o partido, que venham a público. Que debatam com a militância. Que olhem nos olhos de quem não largou a bandeira nem nos momentos mais sombrios.

E que saibam: a comunicação popular está viva, firme e atuante. Nas redes, nas praças, nas calçadas, nas escolas, nos terreiros. E ela cobra, porque ela existe.

Olinda, 06 de abril de 2025
Fernando Kabral

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